Por Vanessa Moreno
À medida que nos aproximamos do final de mais um ano, é natural refletir sobre o tempo que passou, sobre o tempo que está por vir, sobre conquistas alcançadas, sobre metas concluídas, não concluídas e futuras. De uns dias para cá tenho pensado muito em metas para 2024 e também tenho refletido sobre o truque do calendário e a sua capacidade de deixar a vida menos monótona.
O ser humano há muito tempo tem buscado maneiras de compreender e organizar o tempo. Há muito tempo mesmo, já que o calendário solar, esse convencional de 365 dias, surgiu com os egípcios por volta de 3000 a.C. Esta ferramenta, aparentemente simples, desempenha um papel fundamental em nossa vida cotidiana, proporcionando uma estrutura que nos ajuda a passar pelos dias, semanas, meses e anos com a impressão de que a vida sempre recomeça.
O truque do calendário é muito mais do que uma contagem de dias, é uma representação simbólica de que há sempre algo novo por vir. Dividir o ano em meses e semanas não é apenas uma conveniência prática, mas também uma necessidade psicológica que nos ajuda a sobreviver no dia-a-dia. Quem nunca sentiu esperança com a chegada de um novo dia, uma nova semana, um novo mês, um novo ano?
Essa ideia de ano novo, vida nova está associada a resoluções, renovação, oportunidade de recomeçar, quebra de monotonia e estabelecimento de novos propósitos que trazem progresso na jornada da vida. Me arrisco a dizer que isso só é possível por conta da existência do calendário.
O calendário ainda é capaz de criar ordem e previsibilidade em nossas vidas. Não se trata apenas de uma ferramenta para marcar compromissos e eventos, mas também contribui para a criação de uma rotina regular, carregada de senso de estabilidade e controle sobre os nossos dias.
Com o ano chegando ao fim, é importante reconhecer o funcionamento do truque do calendário em nossas vidas, porque, acima de tudo, ele atende profundas necessidades da psique humana de estabilidade, criar expectativas positivas, motivar ações e fornecer um senso de direção na vida.
Ao virar a página para um novo ano, deixemos de lado a ideia de que o calendário atende apenas a nossa necessidade de entender e dar significado ao tempo que temos neste mundo. A divisão do tempo em semana, meses e anos é uma conexão com o constante fluir da vida.